Cenário Macroeconômico de 2016


Observatório: O ano de 2016 começa com baixa expectativa sobre o comportamento financeiro e principalmente político tendo em vista os acontecimentos do ano anterior. Dado à direta relação entre ambos podemos verificar as projeções feitas pelos grandes centros de referência e seu olhar negativo sobre o PIB (Produto Interno Bruto).




            O PIB tem uma melhor definição ao se resumir no valor de todos os bens e serviços finais gerados dentro de um território durante algum período, usualmente um ano. Assim essas instituições realizam cálculos para exprimir suas expectativas sobre um possível cenário econômico de determinado país. No caso do Brasil algumas estimativas foram feitas, tais como o FMI (-3,5%), Banco Santander (-4%), Itaú (-2,8%), a Fundação Getúlio Vargas - FGV (-3%) e o BACEN (-3,21).

            A inflação que em 2015 atingiu 10,67% (IPCA - índice de preço do consumidor amplo) pressionado principalmente pelos preços da energia, combustíveis, alimentos e habitação. De acordo com essa alta obtida em 2015 que superou a meta da inflação a expectativa é que este ano se alcance 7,7% segundo o Banco Santander, por sua vez o Banco Central através do seu Boletim Focus (05 de fevereiro de 2016) publicou uma estimação de 7,56% (mediana agregada).

            Apesar do decréscimo na taxa inflacionária esta se manterá acima do teto de 6,5% estabelecida pelo Banco Central. O sistema de metas funciona com uma forma de indicar quando as autoridade monetárias (BC) devem realizar políticas expansionistas ou restritivas para se manter dentro da meta desejada, está por sua vez é de 4,5% com uma tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

            A taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é conhecida como a taxa básica de juros da economia brasileira, onde é definida através de reuniões do COPOM (Comitê de Política Monetária) que pertence ao Banco Central do Brasil. Serve principalmente para que se possam alcançar as metas de inflação previamente estabelecida pelo BACEN e basear a taxa de todos os bancos do Brasil.


            Em 2015 a taxa chegou a 14,25% (nota-se a esforço das autoridades monetárias para não deixar a inflação escapar ainda mais do controle) e com a tendência do aumento dos preços de diversos produtos essenciais para a economia o Banco Santander estimulou que o COPOM definirá a taxa em 15,75% em 2016, o Banco Itaú por sua vez estima o fim do período em 14,25%, mesmo resultado do Boletim Focus, algo possível, visto que pode não se tratar de uma inflação de demanda.

            Esses dados podem ser resumidos na tabela 01 abaixo:


                   Diante do cenário econômico brasileiro que apresenta uma baixa o contexto mundial também parece seguir o mesmo caminho. Segundo o relatório do FMI divulgado em 19 de janeiro de 2016 o crescimento mundial deve ficar em torno 3,4% (2016) e 3,6% (2017) reflexo principalmente da esperança de melhora gradual de taxas de crescimento dos países que estão enfrentando tensões econômicas (Brasil, Rússia e alguns países do oriente médio). Onde essas perspectivas podem ser afetadas por novos choques econômicos e políticos. Os principais fatos e riscos para este prognósticos são:

  •  Desaceleração e reequilíbrio da economia da China, que está alterando sua matriz econômica de produção de manufaturas para desenvolver seu consumo e serviço internos.
  • A queda dos preços de matérias primas
  • Um endurecimento da política monetária dos EUA em um contexto de recuperação econômica.
  • Uma desaceleração mais robusta do que o esperado da China  (enquanto leva a cabo seu projeto transação para um crescimento mais equilibrado) pode causar efeitos de contagio internacionais através do comercio levando a desequilíbrio no mercado financeiro  e a uma valorização de moedas.
  • Tensões geopolíticas em varias regiões que podem afetar a confiança e levar a uma fuga de fluxos comerciais, financeiros e turísticos.
            De modo geral as previsões para o cenário mundial seguem com pouco otimismo, pois ajustes estão ocorrendo na economia mundial e qualquer evento negativo pode influenciar o crescimento. Assim as economias desenvolvidas continuam se recuperando em forma moderada e economias em desenvolvimento enfrentam novos desafios para o desenvolvimento.


Estudo: Observatório Econômico – SINDIFISCAL/MS

Fonte dos Dados: Boletim Focus (Bacen), Itaú, Santander, Bradesco, FMI.

Equipe de Pesquisa do Observatório Econômico:
Marcos Miranda
Rodrigo da Rocha.

Clauber Aguiar - Diretor